segunda-feira, janeiro 31, 2005

Piada do dia


Yeahhhhh Posted by Hello

Paulo Portas = Partido Popular = populistas… perdão, populares = extrema direita portuguesa = raízes profundamente católicas = a igreja condena homosexualidade e aborto = Paulo Portas contra casamento entre homosexuais e aborto

mas...

Paulo Portas = opções sexuais = homossexual e consequentemente solteiro

Hummmmmmmm.. assim faz todo o sentido! :P

sábado, janeiro 29, 2005

The Ferris Wheel of Winter


Dakota Suite Posted by Hello

Suite's songs are there to remind that you can be isolated, but you don't have to be alone.

sexta-feira, janeiro 28, 2005

hurtful


maurizio cattelan Posted by Hello

"Where is this love? I can't see it, i can't touch it, i can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but i can't do anything with your easy words. "

Alice in Closer

quinta-feira, janeiro 27, 2005

O meu rapaz de sonho...


bono vosta Posted by Hello

quarta-feira, janeiro 26, 2005

O algodão não engana...


Socrates Posted by Hello

Este é o verdadeiro, o original, o que ficou em pedra. O referido acreditava que: persuadir, peithen, era a forma especificamente política de falar e, como os atenienses se orgulhavam de conduzir os seus assuntos políticos pelo discurso e sem uso da violência, acreditava que a arte mais alta e verdadeiramente política era a retórica, a arte da persuasão. A cópia de 300 escudos actual ao que tudo indica também. Mas com um bocado mais de luzes e dois microfones, no mínimo, de preferência. Com o julgamento e a condenação de Sócrates, o que é feito de pedra, a dúvida instalou-se. Qual a validade da retórica actualmente? O Socrates do nariz à batatoon certamente afirmaria:
"Toda e qualquer uma. A sedução que transmito no palco é a causa maior. Só me falta arranjar o meu grupo de Santannettes! Ah! E já agora umas quantas irmãs Jardim!". *


* toda e qualquer comparação a nível de atitude com Santana Lopes e Paulo Portas não é mera coincidência.

Eu conheci um refugiado político...


Eu conheci um refugiado político...


... de direita...

... de Israel...


... o mundo é um lugar estranho.

terça-feira, janeiro 25, 2005

Peça de Rádio


A Streetcar Named Desire Posted by Hello

Hoje vou ter de fazer uma peça de rádio sobre este amarelo. Vou entrevistar pessoas, ver se o motorista é simpático e toca a buzina peculiar só para mim. Mas acordei tarde demais. Vou apanhar a hora de almoço de um eléctrico com um país lá dentro. A ver vamos! *s

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Nuit et brouillard


One of the most vivid depictions of the horrors of Nazi Concentration Camps. Posted by Hello

The word "Jew" isn't once mentioned in the film.

domingo, janeiro 23, 2005

"As pessoas têm a mania de morrer."


Daniel Merriam Posted by Hello

"No fundo o que é um maluco? É qualquer coisa de diferente, um marginal, uma pessoa que não produz imediatamente. Há muitas formas de a sociedade lidar com estes marginais. Ou é engoli-los, transformá-los em artistas, em profetas, em arautos de uma nova civilização, ou então vomitá-los em hospitais psiquiátricos."

António Lobo Antunes in Público, 18 de Outubro de 1992

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Him


"Him, 2002" por Maurizio Cattelan Posted by Hello

quinta-feira, janeiro 20, 2005

O campo vasto que a minha mãe é...


O Campo Posted by Hello

SÓ POR ISSO, MÃE

Mesmo que a noite esteja escura,
Ou por isso,
Quero acender a minha estrela.

Mesmo que o mar esteja morto,
Ou por isso,
Quero enfunar a minha vela.

Mesmo que a vida esteja nua,
Ou por isso,
Quero vestir-lhe o meu poema.

Só porque tu existes,
Vale a pena!

Lopes Morgado

terça-feira, janeiro 18, 2005


paulinho das feiras Posted by Hello

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Kazan 80


A Streetcar Named Desire Posted by Hello

Um último Don Corleone, para quem a morte não foi obstáculo.

domingo, janeiro 16, 2005

Sépia


Chá das seis menos um quarto...

Hoje morámos em Sintra. Na do Eça. Mudámos de residência. E tu fizeste-nos falta. A tua boca maior do que o Portugal dos pequeninos, por onde brotam as palavras aceleradas.


José Luís Peixoto


Primeiro Capítulo

À memória de José João Serrano Peixoto

Regressei hoje a esta terra agora cruel. A nossa terra, pai. E tudo como se continuasse. Diante de mim, as ruas varridas, o sol enegrecido de luz a limpar as casas, a branquear a cal; e o tempo entristecido, o tempo parado, o tempo entristecido e muito mais triste do que quando os teus olhos, claros de névoa e maresia distante fresca, engoliam esta luz agora cruel, quando os teus olhos falavam alto e o mundo não queria ser mais que existir. E, no entanto, tudo como se continuasse. O silêncio fluvial, a vida cruel por ser vida. Como no hospital. Dizia nunca esquecerei, e hoje lembro-me. Rostos tornados desconhecidos, desfigurados na minha certeza de perder-te, no meu desespero desespero. Como no hospital. Não acredito que possas ter esquecido. Enquanto esperava pela minha mãe e pela minha irmã, as pessoas passavam por mim como se a dor que me enchia não fosse oceânica e não as abarcasse também. As mulheres falavam, os homens fumavam cigarros. Como eu, esperavam; não a morte, que nós, seres incautos, fechamos-lhe sempre os olhos na esperança pálida de que, se não a virmos, ela não nos verá. Esperavam. Num carro demasiado rápido, a minha mãe, curvada de perder o que possuía, e a minha irmã. Os homens e as mulheres falavam e fumavam ainda quando subimos. No quarto, numa cama qualquer que não a tua, o teu corpo, pai. Talvez distante, preso num olhar entreaberto e amarelado, respiravas ofegante. O ar com que lutavas, lutavas sempre, gritava o seu caminho rouco. Pelo nariz, entrava o tubo que te sustinha. Aos pés da cama, a minha mãe calada, viúva de tudo. À cabeceira, a minha irmã, eu. Cortinas de plástico, biombos de banheira separavam-nos das outras camas. Pousei-te as mãos nos ombros fracos. Toda a força te esmorecera nos braços, na pele ainda pele viva. E menti-te. Disse aquilo em que não acreditava. Ao olhar amarelo, ofegante, disse que tudo serias e seríamos de novo. E menti-te. Disse vamos voltar para casa, pai; vamos que eu guio a carrinha, pai; só enquanto não puder, pai; vá, agora está fraco mas depois, pai, depois, pai. Menti-te. E tu, sincero, a dizeres apenas um olhar suplicante, um olhar para eu nunca mais esquecer. Pai. À hora, mandaram-nos sair. Quando saímos, agarrados como naúfragos, a luz abundante bebia-nos.E esta tarde, e esta terra agora cruel. Na nossa rua, a nossa casa. A porta do quintal parada à minha frente, fechada, desafiante. Dizia nunca esquecerei, e esta tarde lembrei-me. Com os teus movimentos, tirei do bolso o teu molho de chaves e, como costumavas, usei todos os cuidados para escolher a chave certa, examinando cada uma, orgulhando-me de cada uma. E, na fechadura, o triunfo. As coisas a acontecerem devidamente. A ferrugem, as dobradiças soltaram um grito como um suspiro ou um estertor. O alumínio rente ao mármore arrastou, varreu uma figura certa e branca no cobertor grosso de folhas de pessegueiro. Abandonado sobre o tamanho grande de um inverno, o quintal de quando eu era pequeno, o quintal que construíste, pai. Tristes tristes flores novas e folhas novas nos ramos das árvores, canteiros pintados de malvas, trevos, ervas verdes, verdes de quando eu era pequeno e tu chegavas e me ensinavas trabalhos de grande. Orienta-te, rapaz. Eu oriento-me, pai. Não se preocupe. Eu também sei, eu também consigo. Eu oriento-me, pai. não se rale. O trabalho não me mete medo. Esteja descansado, pai. Flores novas e folhas novas nos ramos das árvores, canteiros pintados de malvas, trevos, ervas verdes, verdes desta primavera triste triste.Se pudesse tinha-te protegido. Chamavas-me pelo nome, chamavas-me filho, e ouvir o meu nome na tua voz, e ouvir filho no fio cálido da tua voz era uma emoção funda. Se pudesse tinha-te protegido. A esperança, pai. De três em três semanas, cinco manhãs seguidas viam-te ir ao tratamento; eu, teu filho, via-te ir ao tratamento e doía-me a vida, doía-me a vida que em ti se negava, a vida a gastar-te, ainda que a amasses, a vida a derrubar-te, ainda que a amasses. O tratamento. Falavas nele, dizias a palavra, dizias vou ao tratamento e nós que sabíamos, enchíamo-nos de uma amargura indelével, definitivamente marcada vincada na nossa pele interior. Por tua vontade, nunca te atrasavas. Dizias vou ao tratamento, apressavas-me, apressavas a minha mãe, como se alguma coisa te pudesse curar, como se alguma coisa te pudesse devolver os dias. No hospital, a sala de espera estagnada de tempo inútil e a minha mãe sentada, só, longe da nossa casa e dos nossos sítios, como uma menina tímida, envergonhada. Tu a afastares-te, como o rapaz tratador de vida que sempre quiseste que eu fosse, a afastares-te, vestido com a camisa mais nova e as calças mais novas e a camisola que a minha irmã te deu pelos anos, a afastares-te, pelos corredores carregados de cinzento e acesos de electricidade baça, a afastares-te, e a sensação terrível de nunca mais voltares.Entrei em casa. Apenas a lareira fria, as janelas fechadas a moldarem sombras finas no escuro. Do silêncio, da penumbra, um crescer de espectros, memórias? não, vultos que se recusavam a ser memórias, ou talvez uma mistura de carne e luz ou sombra. E vi-te pensei-te lembrei-te, à mesa, sentado no teu lugar. Ainda sentado no teu lugar, e eu, a minha mãe, a minha irmã, sentados também, a rodearmos-te. Iguais ao que éramos. Ali estávamos há muito tempo, esquecidos abandonados desde um dia em que o passar das coisas parou na nossa felicidade simples singela. Como uma alegria, como se tivéssemos jantado ou esperássemos jantar ou o melhor banquete, estávamos. Felizes. Nada me era dito, mas eu, olhando, sabia tudo, como se fosse óbvio, como se não pudesse ser de outra maneira. Tu, de certeza, tinhas chegado do trabalho, e tinha sido um bom dia, e estavas contente por isso, e as pessoas não faltavam com o pagamento e isso era bom. A minha irmã andava no liceu, e as notas eram só satisfazes muitos e bastantes, e ainda era esperta, e sorria por isso. Eu andava no primeiro ano da telescola, e não pensava nas notas, e tinha jogado à bola, e tinha ganho, e se tivesse perdido era igual. A minha mãe, mãe verdadeira de todos nós, olhava-nos e sorria assim e sorria por isso. Felizes. Distantes da chuva grossa deste inverno negro, distantes do teu corpo gelado. Lívido na luz trémula das velas, arranjadinho, penteado com água, vestido com o fato que usaste no casamento da minha irmã: o teu corpo gelado. E a Capela de São Pedro cheia de gente a abraçar-me, cheia de gente a dizer-me coitadinho e os meus pêsames e sinto muito, cheia de gente a procurar-me e a querer agarrar-me e prender-me e dizer coitadinho e os meus pêsames e sinto muito. Pai. Perder-te. E revivi o silêncio insepulto dos teus lábios mortos. E as sombras de nós, como se apenas esperassem estes pensamentos para se perderem, misturaram-se no preto. O pó das horas sem gente a vivê-las cobriu os móveis e o espaço fechado entre eles. As paredes voltaram a separar o inverno nocturno, permanente da casa e o ciclo alternado dos dias e do mundo, alheio a nós, para lá de nós. Comigo, a casa estava mais vazia. O frio entrava e, dentro de mim, solidificava. As várias sombras da sombra de mim, imóveis, passeavam-se de corpo para corpo, porque todos eles, todos meus, eram igualmente negros e frios. E abri a janela. Muito longe do luto do meu sentir, do meu ser, ser mesmo, o sol-pôr a estender-se na aurora breve solene da nossa casa fechada, pai. E pensei não poderiam os homens morrer como morrem os dias? assim, com pássaros a cantar sem sobressaltos e a claridade líquida vítrea em tudo e o fresco suave fresco, a brisa leve a tremer as folhas pequenas das árvores, o mundo inerte ou a mover-se calmo e o silêncio a crescer natural natural, o silêncio esperado, finalmente justo, finalmente digno.Pai. A tarde dissolve-se sobre a terra, sobre a nossa casa. O céu desfia um sopro quieto nos rostos. Acende-se a lua. Translúcida, adormece um sono cálido nos olhares. Anoitece devagar. Dizia nunca esquecerei, e lembro-me. Anoitecia devagar e, a esta hora, nesta altura do ano, desenrolavas a mangueira com todos os preceitos e, seguindo regras certas, regavas as árvores e as flores do quintal; e tudo isso me ensinavas, tudo isso me explicavas. Anda cá ver, rapaz. E mostravas-me. Pai. Deixaste-te ficar em tudo. Sobrepostos na mágoa indiferente deste mundo que finge continuar, os teus movimentos, o eclipse dos teus gestos. E tudo isto é agora pouco para te conter. Agora, és o rio e as margens e a nascente; és o dia, e a tarde dentro do dia, e o sol dentro da tarde; és o mundo todo por seres a sua pele. Pai. Nunca envelheceste, e eu queria ver-te velho, velhinho aqui no nosso quintal, a regar as árvores, a regar as flores. Sinto tanta falta das tuas palavras. Orienta-te, rapaz. Sim. Eu oriento-me, pai. E fico. Estou. O entardecer, em vagas de luz, espraia-se na terra que te acolheu e conserva. Chora chove brilho alvura sobre mim. E oiço o eco da tua voz, da tua voz que nunca mais poderei ouvir. A tua voz calada para sempre. E, como se adormecesses, vejo-te fechar as pálpebras sobre os olhos que nunca mais abrirás. Os teus olhos fechados para sempre. E, de uma vez, deixas de respirar. Para sempre. Para nunca mais. Pai. Tudo o que te sobreviveu me agride. Pai. Nunca esquecerei.

(...)

sábado, janeiro 15, 2005

Toda a gente sabe menos tu Miguel!


dúvida existencial Posted by Hello

Num qualquer álbum revelador de pouca astúcia e alguma estupidez e não "Timidez", um indivíduo que dá pelo nome de Miguel Angelo achou por bem plagiar, corrijo, adaptar, corrijo, fazer passar por sua uma música, ou músicas, fica a dúvida... O título bonitinho da referida foi muito original: Toda a gente sabe que te amo... Everybody knows that I love you ... será coincidência? Pois deve ser, o pobre coitado viu uma luz e viu-se iluminado por estas palavras tão ausentes do conhecimento mundial. Uma ideia única, digna até do outro Miguel Ângelo, aquele a valer, o que não era de plasticina e não acusava sinais de calvície profunda avançada.

Aqui fica a versão digna e original do Neil Hanon:

The Divine Comedy Everybody Knows (Except You)

I told the stars above about the one I love
I told the morning sun, yeah I'm telling everyone
I told my mum and dad, they seemed to understand
And I'll get through to you if it's the last thing that I do

Everybody knows that I love you
Everybody knows that I need you
Everybody knows that I do except you

I told all of my friends again and again and again
I drove them round the bend so now you're my only friend
I told the passers by, I made a small boy cry
And I'll get through to you if it's the last thing that I do

Everybody knows I live for you
Everybody knows I adore you
Everybody knows that it's true except you


sexta-feira, janeiro 14, 2005


os coristas Posted by Hello

''Os Coristas'', um filme autobiográfico de Christophe Barratier.

terça-feira, janeiro 11, 2005

Na Ponte


manhattan Posted by Hello

NA PONTE
uma fogueira
calma

(O final
entre sombras)

Mário Cesariny (1923)
Pena Capital

segunda-feira, janeiro 10, 2005

"J'ai tout vu à Hiroshima."


Hiroshima mon amour Posted by Hello


"Depois, na mesma tarde.
Por vezes fico vazia durante imenso tempo.
Perco a identidade.
Ao princípio isto assusta.
E depois passa por um
movimento de felicidade. E depois pára.
A felicidade, isto é, um pouco morta.
um pouco ausente do lugar onde falo.
(...)
Silêncio, e depois.
Sou uma lasca de madeira branca.
E tu também.
De outra cor."

Marguerite Duras

"Tu n'as rien vu à Hiroshima"

domingo, janeiro 09, 2005

Linfático Aspecto


Audrey Hepburn Posted by Hello

(...)

Vai-nos minando o tempo - o cancro enorme
Que te há-de corromper o corpo de vestal.

(...)

Cesário Verde, 1874

sábado, janeiro 08, 2005

Venho de dentro, abriu-se a porta...


boy Posted by Hello

Venho de dentro, abriu-se a porta:
nem todas as horas do dia e da noite
me darão para olhar de nascente
a poente e pelo meio as ilhas.

Há um jogo de relâmpagos sobre o mundo
de só imaginá-la a luz fulmina-me,
na outra face ainda é sombra

Banhos de sol
nas primeiras areias da manhã
Mansidões na pele e do labirinto só
a convulsa circunvolução do corpo.

Luiza Neto Jorge
A Lume
Poesia
organização e prefácio de
Fernando Cabral Martins
Assírio & Alvim
2ª edição 2001

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