sábado, outubro 23, 2004

VOTE KERRY!


john kerry Posted by Hello

A música do Artur, mas em Inglês!


Artur! Posted by Hello

Every day when you're
Walking down the street,
Everybody that you meet
Has an original point of view.
And I say - Hey! (Hey!)
What a wonderful kind of day
If we could learn to work and play
And get along with each other.
You gotta listen to your heart,
Listen to the beat,
Listen to the rhythm,
The rhythm of the street.
Open up your eyes.
Open up your ears.
Get together
And make things better
By working together.
It's a simple message,
And it comes from the heart.
Believe in yourself,
For that's the place to start.
And I say - Hey! (Hey!)
What a wonderful kind of day
If we could learn to work and play
And get along with each other.
Hey! What a wonderful kind of day.
Hey!What a wonderful kind of day. Hey!

domingo, outubro 17, 2004

Parabéns ao meu António...


paula rego Posted by Hello


Poema de Um Funcionário Cansado

A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é
estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos estou num quarto só
num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num
quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na
gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de
empregado
Sou um funcionário cansado dum dia
exemplar
Por que não me sinto orgulhoso de ter
cumprido o meu dever?
Por que me sinto irremediavelmente perdido
no meu cansaço
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha
vida
isto todas as noites do mundo numa só
noite comprida
num quarto só.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Tom Sawyer

Isto é, para muitas criancinhas do Portugal actual, o hino senegalês cantado em mandarim.

Tom Sawyer

sol
Vês passar o barco
mi-
rumando p’ró o sul
sol
Brincando na proa
mi-
gostavas de estar

Voa lá no alto
por cima de ti
um grande falcão
és o rei és feliz

do
E quando tu
re
vês o Mississipi
do re
tu saltas pela ponte
fa re
e voas com a mente

Corre agora corre
e te esconderás
entre aquelas plantas
ou te molharás

E sonharás
que és um pirata
tu sobre uma fragata
e sempre à frente de um bom grupo
de raparigas e rapazes

Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer
junto ao rio a passear, Tom Sawyer
mil amigos deixarás, aqui, além
descobrir o mundo, viver aventuras (bis)

sábado, outubro 09, 2004

Adília Lopes espanca Florbela Espanca


"Os poemas que escrevo
são moinhos
que andam ao contrário
as águas que moem
os moinhos
que andam ao contrário
são as águas passadas"

Adília Lopes

segunda-feira, outubro 04, 2004


:) Posted by Hello

domingo, outubro 03, 2004

O Retrato Oval


Roy Lichtenstein Posted by Hello

O RETRATO OVAL por Edgar Allan Poe

O castelo em que o meu criado se tinha empenhado em entrar pela força, de preferência a deixar-me passar a noite ao relento, gravemente ferido como estava, era um desses edifícios com um misto de soturnidade e de grandeza que durante tanto tempo se ergueram nos Apeninos, não menos na realidade do que na imaginação da senhora Radcliffe. Tudo dava a entender que tinha sido abandonado recentemente. Instalámo-nos num dos compartimentos mais pequenos e menos sumptuosamente mobilados, situado num remoto torreão do edifício. A decoração era rica, porém estragada e vetusta. Das paredes pendiam colgaduras e diversos e multiformes trofeus heráldicos, misturados com um desusado número de pinturas modernas, muito alegres, em molduras de ricos arabescos doirados. Por esses quadros que pendiam das paredes - não só nas suas superfícies principais como nos muitos recessos que a arquitectura bizarra tornara necessários - , por esses quadros, digo, senti despertar grande interesse, possivelmente por virtude do meu delírio incipiente; de modo que ordenei a Pedro que fechasse os maciços postigos do quarto, pois que já era noite; que acendesse os bicos de um alto candelabro que estava à cabeceira da minha cama e que corresse de par em par as cortinas franjadas de veludo preto que envolviam o leito. Quis que se fizesse tudo isto de modo a que me fosse possível, se não adormecesse, ter a alternativa de contemplar esses quadros e ler um pequeno volume que acháramos sobre a almofada e que os descrevia e criticava.Por muito, muito tempo estive a ler, e solene e devotamente os contemplei. Rápidas e magníficas, as horas voavam, e a meia-noite chegou. A posição do candelabro desagradava-me, e estendendo a mão com dificuldade para não perturbar o meu criado que dormia, coloquei-o de modo a que a luz incidisse mais em cheio sobre o livro.Mas o movimento produziu um efeito completamente inesperado. A luz das numerosas velas (pois eram muitas) incidia agora num recanto do quarto que até então estivera mergulhado em profunda obscuridade por uma das colunas da cama. E assim foi que pude ver, vivamente iluminado, um retrato que passava despercebido. Era o retrato de uma jovem que começava a ser mulher. Olhei precipitadamente para a pintura e acto contínuo fechei os olhos. A principio, eu próprio ignorava por que o fizera. Mas enquanto as minhas pálpebras assim permaneceram fechadas, revi em espírito a razão por que as fechara. Foi um movimento impulsivo para ganhar tempo para pensar - para me certificar que a vista não me enganava -, para acalmar e dominar a minha fantasia e conseguir uma observação mais calma e objectiva. Em poucos momentos voltei a contemplar fixamente a pintura.Que agora via certo, não podia nem queria duvidar, pois que a primeira incidência da luz das velas sobre a tela parecera dissipar a sonolenta letargia que se apoderara dos meus sentidos, colocando-me de novo na vida desperta.O retrato, disse-o já, era de uma jovem. Apenas se representavam a cabeça e os ombros, pintados à maneira daquilo que tecnicamente se designa por vinheta - muito no estilo das cabeças favoritas de Sully. Os braços, o peito, e inclusivamente as pontas dos cabelos radiosos, diluíam-se imperceptivelmente na vaga mas profunda sombra que constituía o fundo. A moldura era oval, ricamente doirada e filigranada em arabescos. Como obra de arte, nada podia ser mais admirável que o retrato em si. Mas não pode ter sido nem a execução da obra nem a beleza imortal do rosto o que tão subitamente e com tal veemência me comoveu. Tão-pouco é possível que a minha fantasia, sacudida da sua meia sonolência, tenha tomado aquela cabeça pela de uma pessoa viva. Compreendi imediatamente que as particularidades do desenho, do vinhetado e da moldura devem ter dissipado por completo uma tal ideia - devem ter evitado inclusivamente qualquer distracção momentânea. Meditando profundamente nestes pontos, permaneci, talvez uma hora, meio deitado, meio reclinado, de olhar fito no retrato. Por fim, satisfeito por ter encontrado o verdadeiro segredo do seu efeito, deitei-me de costas na cama. Tinha encontrado o feitiço do quadro na sua expressão de absoluta semelhança com a vida, a qual, a princípio, me espantou e finalmente me subverteu e intimidou. Com profundo e reverente temor, voltei a colocar o candelabro na sua posição anterior. Posta assim fora da vista a causa da minha profunda agitação, esquadrinhei ansiosamente o livro que tratava daqueles quadros e das suas respectivas histórias. Procurando o número que designava o retrato oval, pude ler as vagas e singulares palavras que se seguem:«Era uma donzela de raríssima beleza e tão adorável quanto alegre. E maldita foi a hora em que viu, amou e casou com o pintor. Ele, apaixonado, estudioso, austero, tendo já na Arte a sua esposa. Ela, uma donzela de raríssima beleza e tão adorável quanto alegre, toda luz e sorrisos, e vivaz como uma jovem corça; amando e acarinhando a todas as coisas; apenas odiando a Arte que era a sua rival; temendo apenas a paleta e os pincéis e outros enfadonhos instrumentos que a privavam da presença do seu amado. Era pois coisa terrível para aquela senhora ouvir o pintor falar do seu desejo de retratar a sua jovem esposa. Mas ela era humilde e obediente e posou docilmente durante muitas semanas na sombria e alta câmara da torre, onde a luz apenas do alto incidia sobre a pálida tela. E o pintor apegou-se à sua obra que progredia hora após hora, dia após dia. E era um homem apaixonado, veemente e caprichoso, que se perdia em divagações, de modo que não via que a luz que tão sinistramente se derramava naquela torre solitária emurchecia a saúde e o ânimo da sua esposa, que se consumia aos olhos de todos menos aos dele. E ela continuava a sorrir, sorria sempre, sem um queixume, porque via que o pintor (que gozava de grande nomeada) tirava do seu trabalho um fervoroso e ardente prazer e se empenhava dia e noite em pintá-la, a ela que tanto o amava e que dia a dia mais desalentada e mais fraca ia ficando. E, verdade seja dita, aqueles que contemplaram o retrato falaram da sua semelhança com palavras ardentes, como de um poderosa maravilha, - prova não só do talento do pintor como do seu profundo amor por aquela que tão maravilhosamente pintara. Mas por fim, à medida que o trabalho se aproximava da sua conclusão, ninguém mais foi autorizado na torre, porque o pintor enlouquecera com o ardor do seu trabalho e raramente desviava os olhos da tela, mesmo para contemplar o rosto da esposa. E não via que as tintas que espalhava na tela eram tiradas das faces daquela que posava junto a ele. E quando haviam passado muitas semanas e pouco já restava por fazer, salvo uma pincelada na boca e um retoque nos olhos, o espírito da senhora vacilou como a chama de uma lanterna. Assente a pincelada e feito o retoque, por um momento o pintor ficou extasiado perante a obra que completara; mas de seguida, enquanto ainda a estava contemplando, começou a tremer e pôs-se muito pálido, e apavorado, gritando em voz alta 'Isto é na verdade a própria vida!', voltou-se de repente para contemplar a sua amada: - estava morta!»

FIM

sábado, outubro 02, 2004

"As aventuras de Catarina Bonaparte"


que bonitinho! Posted by Hello

Hoje pensei começar a escrever um livro infantil chamado "As aventuras de Catarina Bonaparte". Só que depois tive um ataque de consciência e apercebi-me da presunção que era. Embora a ideia não fique ainda de parte, fica adiada ao papel. Como se ficasse apalavrada, sempre gostei muito dessa palavra, apalavrada. Existe um leque de palavras assim, estupidamente singulares, de momento não me ocorre nenhuma, mas elas existem, algures.

Mas voltemos às aventuras da Catarina Bonaparte... vamos cá ver, nasceu no dia 15 de Agosto de ano desconhecido em Vila de Córsega, terreola situada entre Braga e Bragança, distância nada curta bem sei, mas devemos conferir a esta personagem o seu "quê" de insólito, a ausência de um km certo enquanto local exacto do nascimento desta rapariga confere-lhe um prestígio e uma força únicas. Com apenas 10 anos, Catarina revelava estranhas capacidades de conferir porrada alheia a qualquer alma mortal que lho permitisse. Como tal, os seus avós de Briena, terreola mais perto de Braga do que de Bragança, ouviram falar de uma escola de terapia muscular, que é como diz, uma escola militar com óptimas referências e lá entrou Catarina. Num ano qualquer terminado em 89, Catarina já bem formada em táticas de ataque, toma papel activo no caso das meninas de Bragança, é uma resistente a favor de qualquer mulher vender o seu corpo, sem ser em partes ou retalhado, é claro, a chacina segundo Catarina é coisa de talhante, não da resistência. Em Bragança acontece uma quase Revolução Francesa. Passados anos e anos, Catarina Bonaparte, vê reconhecido o seu método de resolução, conhecido como, porrática. Comanda o exército do Norte e casa-se com Josefino, vizinho de Catarina em Vila de Córsega, conhecido na terra por comer os seus próprios macacos tirados frescos do nariz, foi nomeado Cavaleiro Símio, pelo Padrinho Pinto da C. Anos passam, Catarina e Josefino são coroados imperadores de Portugal. Catarina Bonaparte inicia uma demanda de converter todo o mundo à sua religião, porrática. Após períodos altos e baixos, tanto na conquista, como na sua vida sexual com Josefino, Catarina Bonaparte abdica do seu trono, visto ter-se tornado na maior fã de todos os tempos da banda ABBA, sendo a sua música favorita a "Waterloo". Ainda hoje, Catarina Bonaparte canta baixinho essa música a todo o instante e Josefino exilou-se em Santa Iria da Azoia. Até ao momento é desconhecido o paradeiro de Catarina Bonaparte.

sexta-feira, outubro 01, 2004

"Mudar de Pele"

Quanto a vida teima em não chegar e nos perdemos nas horas percebemos que a sombra tem virtudes que a luz desconhece. A minha história é o cinzento escuro da sombra. Conheci em tempos um homem chamado Pedro que morava num ermo, sozinho entre os seus livros. Os dias escorriam por entre as letras, as páginas que folheava, enquanto estava sentado no seu sofá cor de caramelo gasto. Pedro acabara de começar um novo livro. A capa era em veludo sangue, as páginas densas, pesadas como as horas, a ansiedade de Pedro tomara-lhe o corpo, tinha de começar a devorar o livro! As letras narravam a Pedro a vida de um indivíduo, só acompanhado pelas bruxas que voavam por cima do seu telhado à noite. O espaço primava pela claustrofobia. Uma mesa e uma cadeira de pinho, uma lareira, um velho sofá castanho claro. Pedro sentiu um arrepio e imediatamente colocou mais uma cavaca, os dias estavam cada vez mais frios. Continou a ler, o homem do livro gostava de ficar sentado no seu sofá a imaginar vidas possíveis, diferentes daquela que lhe tinha sido reservada, mas o calor tomou-lhe o corpo inerte. O individuo decidiu fazer das suas horas, horas de leitura, pegou num livro com uma capa estranha, veludo sangue... páginas densas... Pedro deu um salto. Acabara de se aperceber que aquela história era a sua própria história. O desespero tomou conta de si. Continuou a ler, tudo batia certo até o rasgo final de loucura, em que Pedro tomado pelo dor corria corria e o destino era sempre o mesmo, o seu ermo, o seu sofá, aquele livro. Vezes sem conta. Pedro era um homem condenado a sua própria sombra.

C.

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